Foi um fim-de-semana de grade festa com uma Final Four muito competitiva e repleta de público no Parque Desportivo Municipal de Serpa. O entusiasmo era sobretudo dos adeptos do Futebol Clube de Serpa que queriam ver a sua equipa passar em casa à grande final da Taça de Honra da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Beja. Pela frente estava uma difícil equipa do Clube Desportivo Almodôvar, que não estava disposta a facilitar.

As duas equipas iniciaram o jogo muito encaixadas, e a procurarem de formas diferentes chegar à baliza contrária: o FC Serpa tentava aproveitar algum espaço nas costas da defesa adversária; o CD Almodôvar apostava num jogo mais concentrado nos flancos, tentado explorar sobretudo o espaço algumas vezes disponível à esquerda do ataque. De qualquer modo, as oportunidades flagrantes eram escassas e, ao intervalo, o marcador assinalava 0-0.

No segundo tempo, o CD Almodôvar entrou mais pressionante e a procurar imprimir uma maior intensidade no seu jogo, o que acabaria por dar frutos, com o golo a surgir ao minuto 66, na sequência de um livre batido para a área, com a bola a ser intercetada, mas a ficar à mercê de um dos homens de Almodôvar, em posição frontal à baliza.

A vantagem foi dilatada aos 73': a jogada começa na esquerda, mas a bola acaba em plena grande área do FC Serpa que foi incapaz de a tirar da zona de perigo; após muita confusão, a bola acabou no fundo da baliza. Estava feito o 0-2.

Com este resultado e apesar do apoio dos adeptos e da garra demonstrada em campo, a verdade é que já poucos acreditavam que fosse possível ao FC Serpa recuperar desta desvantagem. Mas isto é futebol e a reação deu frutos. Ao minuto 80, uma grande penalidade convertida com sucesso deu nova esperança ao Serpa e aos 85', na sequência de um pontapé de canto, o estádio explodiu de alegria. Estava feito o 2-2, a cinco minutos do final.

A decisão teve mesmo de seguir para a marcação de grandes penalidades e neste capítulo o CD Almodôvar levou a melhor, vencendo no desempate por 4-5. Estava encontrada a primeira equipa finalista da Taça de Honra da 1.ª Divisão.

O segundo joga da tarde colocou frente-a-frente as atuais duas primeiras classificadas do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão e, por isso, era de esperar um jogo de grande qualidade.

Os primeiros minutos mostraram duas formações que procuravam jogar com alguma intensidade, mas sempre com muitas cautelas atrás. As equipas estavam, assim, bastante empenhadas em não sofrer golos. Contudo, a bola acabou mesmo por entrar: minuto 9, bola bombeada para a área e, nas costas da defesa do Aljustrelense, Miguel Janeiro a surgir para abrir o marcador. O ACD Penedo Gordo estava em vantagem.

A partir deste momento, o SCM Aljustrelense procurou correr atrás do prejuízo, assumindo o controlo do jogo, com a equipa do ACD Penedo Gordo a ficar gradualmente mais encostada atrás. Ainda assim, o resultado não sofreu alterações até ao intervalo.

No segundo tempo, mais do mesmo: o Aljustrelense, com mais posse, a procurar todos os caminhos para chegar ao golo do empate. Mas as investidas dos homens do Mineiro foram esbarrando numa competente e bem organizada defesa do ACD Penedo Gordo que conseguiu segurar o resultado até ao apito final.

O ACD Penedo Gordo conseguia deste modo chegar à grande final onde iria ter pela frente a formação do CD Almodôvar.

O Parque Desportivo de Vila Nova de S. Bento foi o palco da grande final da Taça de Honra da 1.ª Divisão. No relvado encontravam-se duas equipas com as pernas cansadas, depois da Final Four do dia anterior, mas com muita vontade de vencer.

Como seria de esperar, o jogo não começou com grande intensidade, com os jogadores a gerirem o seu esforço e com ambas as formações a conseguirem a espaços chegar à baliza contrária, mas sem grande perigo, na maioria das ocasiões. As bolas paradas, essas, surgiam com regularidade e foi mesmo de bola parada que o CD Almodôvar chegou à vantagem: minuto 38, grande penalidade convertida por Mário Saleiro, a abrir o marcador.

Dois minutos depois, desconcentração da defesa do ACD Penedo Gordo: a bola sai longa para as costas dos homens mais recuados que não foram ágeis a reagir; perante a ameaça de um homem do CD Almodôvar, o guarda-redes saiu da baliza e segurou mas... fora da grande área. Falta assinalada e ordem de expulsão, decorridos 40 minutos de jogo. Na sequência deste lance, livre batido por Mário Saleiro, com a bola a passar por cima da barreira e a entrar colocadíssima na baliza. Estava feito o 2-0, resultado que as equipas levaram para o intervalo.

No segundo tempo, apesar de estar a jogar com dez homens, o ACD Penedo Gordo entrou determinado em recuperar da desvantagem e conseguiu, aos 58 minutos: lançamento de linha lateral na esquerda, a bola fica à mercê de um homem do ACD Penedo Gordo que, à boca da baliza, apenas com o guarda-redes pela frente, não desperdiçou, reduzindo para 2-1.

O jogo voltava a estar em aberto, mas por pouco tempo. Aos 68 minutos, o CD Almodôvar, uma vez mais de bola parada, colocou o esférico no coração da área, surgindo o desvio de cabeça para o 3-1.

O marcador não voltou a mexer até final da partida. O Clube Desportivo Almodôvar fez a festa, fechando uma competição marcada pela introdução do formato Final Four que se traduziu num enorme sucesso, com muito público nas bancadas e um grande ambiente nos estádios.